“De manhã, tendo-se levantado muito antes do amanhecer, ele saiu e foi para um lugar deserto, e ali se pôs em oração.” (Mc 1:35)
Segundo o dicionário Aurélio, Deserto pode ser definido como um lugar estéril e desabitado.
Por esse motivo, o nome deserto esteja relacionado a algo ruim, algo que não é adequado com para quem quer ser feliz!
É costume, entre o povo de Deus ouvirmos este tipo de comentário: “ Eu estou passando por um grande deserto na minha vida”. O que seria este deserto na vida cristã? São momentos difíceis, onde parece-nos que Deus nos abandonou.
Estes “desertos” são períodos de profundas aflições, tribulações e desânimo. Na linguagem dos místicos, noites escuras da alma.
Passamos por desertos em nossa vida familiar, profissional, espiritual e também sentimental!
Contudo, ao invés de ficarmos nos lamuriando, estes períodos de deserto, a exemplo de nosso Senhor Jesus, podem ser para nós um tempo de muitos frutos e de comunhão mais próxima com Deus.
No namoro, essa realidade não é muito diferente! Existem momentos que as coisas ficam “desarrumadas” no relacionamento. São noites escuras no namoro, onde existem mais perguntas do que respostas! É tempo onde se faz necessário, um silêncio dos sentimentos para escutar a voz de Deus e por consequência, da razão!
O problema é que quando esse tempo se instala, a indiferença e mudanças no comportamento é inevitável! E com eles, o famoso pedido de tempo! Pedido de tempo é considerado como uma afronta por muitos namorados, mas esses não entendem que esse tempo é como um deserto, onde eu me encontro com Deus para escutá-lo e arrumar a casa do meu namoro!
Por isso, Deus suscitou o Tempo de Deserto!
Vamos detalhar o Tempo de Deserto:
1. Um casal chegam a conclusão de que o namoro perdeu algumas características importantes para o sucesso do namoro;
2. Conversam e propõem iniciar o tempo de deserto;
3. O Projeto Amor e Responsabilidade ajuda o casal a definir o tempo de deserto, que pode durar de no mínimo 1 mês à no máximo, 3 meses!
4. Ao iniciar o tempo de deserto o casal deverá passar 15 dias sem se encontrar, se dedicando à oração e escuta de Deus;
5. Depois desse tempo, o casal poderá se encontrar no máximo 1 vez por semana, para momento de partilha e escuta de Deus à dois;
6. Ao final do tempo de deserto, o casal se reúne e define se deseja continuar ou terminar o seu namoro dentro de um espírito de paz e harmonia com Deus e com o agora irmão!
Função do Tempo de deserto
Para o silêncio.
Quando aprendemos, em meio a estes períodos de duras provas, silenciar nossas vozes interiores e exteriores, conseguimos ouvir a voz de Deus sussurrando no nosso centro, na nossa alma, onde o Espírito Santo habita. E com isso ganhamos uma compreensão renovada de quem Deus é: “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus” (Sl 46:10).
Para a solicitude.
Nestes momentos podemos nos reservar a sós com Deus. Buscando nos esquivar do falatório e das aglomerações humanas, nos forçamos a abrir mão de nossas fugas pessoais para que assim possamos ter um encontro com a realidade daquilo que somos, e não aquilo que fingimos ser. Todas as máscaras que usamos caem. Estes momentos são terapêuticos, pois, ao mesmo tempo que revelam toda o nosso caos interior, revelam também que Deus nos ama e nos aceita como somos: com nossos defeitos e fraquezas.
Para a oração.
São nestes períodos desérticos que aprendemos a realidade das nossas orações, que mais do que mero ritual é um encontro pessoal com o Deus que nos ama e que nos sustenta em meio à aridez de nossas vidas. No deserto aprendemos verdadeiramente a orar: nos momentos férteis aprendemos a pedir mais, nos desérticos aprendemos a descansar em Deus e a sermos gratos pelo que já temos.
Quem gosta de desertos? Ninguém! Porém, eles são extremamente necessários para o forjar de nosso caráter e para nossa formação espiritual.
Moisés foi formado no deserto; Davi também. Até Jesus enfrentou seus desertos (Cf. Mt 4:1-11; Mc 1:12,13; Lc 4:1-13). Por que o seu namoro não pode ser formado também no deserto?
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