OS MANDAMENTOS DA IGREJA
Cristo deu poderes à Sua Igreja a fim
de estabelecer normas para a salvação da humanidade. Ele disse aos Apóstolos:
“Quem vos ouve a mim ouve, quem vos rejeita a mim rejeita, e quem me rejeita,
rejeita Aquele que me enviou” (Lc 10,16). E prossegue: "Em verdade, tudo o que
ligardes sobre a terra, será ligado no céu, e tudo o que desligardes sobre a
terra, será também desligado no céu." (Mt 18,18)
Por isso escolheu Pedro e os outros
apóstolos, que transmitiram aos seus sucessores, Papas e Bispos, os poderes que
receberam de:
· -Ensinar a doutrina de Cristo
· -Santificar pelos sacramentos
· -Governar mediante leis
Entretanto, há três
diferenças entre os mandamentos da lei de Deus e os da Igreja:
a) Os primeiros
obrigam todos os homens, os segundos somente obrigam aos cristãos batizados.
b) Os primeiros são
imutáveis, os segundos podem mudar (mas, enquanto não mudam, devemos
obedecê-los)
c) Os primeiros não
podem ser dispensados por nenhuma autoridade ou razão, quanto que o segundo
deixa de obrigar:
·
Por razões graves
·
Por dispensa da autoridade eclesiástica
Então, a Igreja legisla com o “poder de
Cristo”, e quem não a obedece, não obedece a Cristo e, consequentemente, a Deus
Pai.
De modo que para a salvação do povo
de Deus, a Igreja estabeleceu cinco obrigações que todo católico tem de
cumprir, conforme ensina o Catecismo da Igreja Católica (CIC). Este ensina: “Os
mandamentos da Igreja situam-se nesta linha de uma vida moral ligada à vida
litúrgica e que dela se alimenta. O caráter obrigatório dessas leis positivas
promulgadas pelas autoridades pastorais tem como fim garantir aos fiéis o
mínimo indispensável no espírito de oração e no esforço moral, no crescimento
do amor de Deus e do próximo.” (§2041)
Note que o Catecismo diz que isso é o
“mínimo indispensável” para o crescimento na vida espiritual dos fiéis. Podemos
e devemos fazer muito mais, pois isso é apenas o mínimo obrigado pela Igreja.
Ela sabe que, como Mãe, tem filhos de todos os tipos e condições, portanto,
fixa, sabiamente, apenas o mínimo necessário, deixando que cada um, conforme a
sua realidade, faça mais. E devemos fazer mais.
1º Primeiro mandamento da Igreja:
“Participar da Missa inteira aos domingos, de outras festas de guarda e
abster-se de ocupações de trabalho”:
Ordena aos fiéis que santifiquem o
dia em que se comemora a ressurreição do Senhor, e as festas litúrgicas em
honra dos mistérios do Senhor, da Santíssima Virgem Maria e dos santos, em
primeiro lugar participando da Celebração Eucarística, em que se reúne a
comunidade cristã, e se abstendo de trabalhos e negócios que possam impedir tal
santificação desses dias (Código de Direito Canônico-CDC , cân. 1246-1248)
(§2042).
Os Dias Santos com obrigação de
participar da Missa são esses conforme o Catecismo: Devem ser guardados [além
dos domingos] o dia do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, da Epifania (domingo
no Brasil), da Ascensão (domingo) e do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi), de Santa Maria, Mãe de Deus (1º de
janeiro), de sua Imaculada Conceição (8 de dezembro) e Assunção (domingo), de
São José (19 de março), dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo (domingo) e, por
fim, de Todos os Santos (domingo) (CDC, cân. 1246,1;
n. 2043 após nota 252) (§2177).
·
Ouvir a missa inteira aos domingos e festas de preceitos
·
O fiel deve estar presente no local. Não cumpre o preceito quem sem
possibilidade grave, assiste a missa pelo rádio ou TV.
·
Deve assistir a missa inteira, não se omitir da audição da homilia.
·
Deve –se assistir a missa guardando a devida atenção, sendo um absurdo
que se fique: lendo livros que não digam respeito à missa, no celular, mascando
chiclete, comendo pipoca,dormindo ou conversando.
·
Deve-se assistir a missa com devoção, ou seja, acompanhando suas devidas
partes, procurando recitar as orações da mesma e procurando crer na verdade de
que ali se perpetua verdadeiramente o sacrifício de Jesus.
Causas que
dispensam a missa:
·
Impossibilidade física: doença, viagem para locais sem celebração
·
Grave necessidade: cuidado com doentes ou crianças muito pequenas,
trabalho não transferível, desde que se faça o máximo possível para mudar essa
situação.
2º – Segundo mandamento: “Confessar-se
ao menos uma vez por ano”:
Assegura a preparação para a
Eucaristia pela recepção do Sacramento da Reconciliação, que continua a obra de
conversão e perdão do Batismo (CDC, cân. 989). É claro que é pouco se confessar
uma vez ao ano, seria bom que cada um se confessasse ao menos uma vez por mês,
pois fica mais fácil de se recordar dos pecados e de ter a graça para
vencê-los.
OBS: Embora a igreja só obrigue uma vez ao ano, ela recomenda a
confissão freqüente, meio necessário para sair do pecado mortal, evitar a
multiplicação dos pecados veniais e perseverar no bem.
3º – Terceiro mandamento: “Receber o
sacramento da Eucaristia ao menos pela Páscoa da ressurreição”: (O período pascal
vai da Páscoa até a Festa da Ascensão) e garante um mínimo na recepção do Corpo
e do Sangue do Senhor em ligação com as festas pascais, origem e centro da
Liturgia cristã (CDC, cân. 920).
Também é muito pouco comungar ao menos uma vez ao ano. A Igreja recomenda (não
obriga) a comunhão diária.
Quem se encontra em pecado mortal não
pode comungar sem se ter confessado antes, pois para esse tipo de pecado, não
basta a contrição.
·
A abstenção de qualquer alimento ou bebida é de uma hora antes da
comunhão, exceto se for água.
4º – Quarto mandamento: “Jejuar e
abster-se de carne, conforme manda a Santa Mãe Igreja”: (No Brasil, isso
deve ser feito na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa).
Esse jejum consiste em um leve café
da manhã, um almoço leve e um lanche também leve à tarde, sem mais nada no meio
do dia, nem o cafezinho. Quem desejar, pode fazer um jejum mais rigoroso; o
obrigatório é o mínimo. Os que já tem mais de sessenta anos estão dispensados
da obrigatoriedade, mas podem fazê-lo se desejarem.
Diz o Catecismo que o jejum
“determina os tempos de ascese e penitência, os quais nos preparam para as
festas litúrgicas, contribuem para nos fazer adquirir o domínio sobre nossos
instintos e a liberdade de coração (CDC, cân. 882)”.
·
O jejum obriga dos 18 aos 59 anos e pode haver certas causas que
dispensem dele: Doença, debilidade ou carência de recursos econômicos.
·
A abstinência obriga desde os 14 anos.
·
Jejum: ter uma só refeição ao dia, embora se permita tomar um pouco de
alimento pela manhã e a noite.
·
Abstinência: nos abster de comer carne.
5º – Quinto mandamento: “Ajudar a
Igreja em suas necessidades”:
Recorda aos fiéis que devem ir ao encontro das necessidades materiais da
Igreja, cada um conforme as próprias possibilidades (CDC, cân. 222). Não é
obrigatório que o dízimo seja de 10% do salário, nem o Catecismo nem o Código
de Direito Canônico obrigam essa porcentagem, mas é bom e bonito se assim o
for. O importante é, como disse São Paulo, dar com alegria, pois Deus ama aquele que dá com alegria (cf. 2Cor 9, 7).
Essa ajuda às necessidades da Igreja pode ser dada uma parte na paróquia e em
outras obras da Igreja.
Nota: Conforme preceitua o Código de
Direito Canônico, as Conferências Episcopais de cada país podem estabelecer
outros preceitos eclesiásticos para o seu território (CDC, cân. 455) (§2043).
Demos graças a Deus pela Santa Mãe
Igreja que nos guia. O Papa Paulo VI disse que “quem não ama a Igreja não ama
Jesus Cristo”.
OBS: Não trabalho e não tenho dinheiro para dar o dízimo,
mas eu posso contribuir na igreja: com os dons e talentos que o Senhor me deu,
fazendo a leitura ou cantando na missa, na catequese, enfim, em várias funções
que a minha paróquia necessitar.
QUESTIONÁRIO
SOBRE OS MANDAMENTOS DA IGREJA:
1) Quais as 3 diferenças entre os
mandamentos da lei de Deus e os da Igreja?
2) Quais são os 5 mandamentos da Igreja?
3) Qual a diferença entre jejum e
abstinência?
4) Como você pode ajudar nas
necessidades da Igreja Católica?
5) Quais são as causas que nos dispensam
de assistir a missa?