terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O Sinal de Jonas - Quarta ( 29 de fevereiro de 2011)

"Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas".

Jesus explica o sinal de Jonas:

"Com efeito, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará juntamente com os homens desta geração, e os condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão".


Jesus diz porque nós devemos escutá-lo:

"E aqui está quem é maior que Salomão".


E avisa:

No dia do julgamento, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão.


E justifica as palavras duras:

"Porque eles se converteram quando ouviram a pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas".

Jesus ensina a rezar

Fique Atento, Aqui estão as Palavras de Jesus no Evangelho de hoje! (Mateus 6, - 15)


“Quando orardes, não useis muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras.
Não sejais como eles, pois vosso Pai sabe do que precisais, muito antes que vós o peçais".
Muita gente quer fazer orações bonitas, quando na verdade a simplicidade de coração traduz a linguagem que Deus mais se deixa encontrar!


"Vós deveis rezar assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal".
Jesus, mostra o modelo de oração, nos ensina o Pai Nosso!



"De fato, se vós perdoardes aos homens as faltas que eles cometeram, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. Mas, se vós não perdoardes aos homens, vosso Pai também não perdoará as faltas que vós cometestes”.

O Perdão é a chave de tudo!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

CUIDE DO SEU IRMÃO!! (Mateus 25, 31-46)

“Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em seu trono glorioso. Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar’. Então os justos lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos como estrangeiro e te recebemos em casa, e sem roupa e te vestimos? Quando foi que te vimos doente ou preso, e fomos te visitar?’ Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade eu vos digo, que todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!’ Depois o Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos. Pois eu estava com fome e não me destes de comer; eu estava com sede e não me destes de beber; eu era estrangeiro e não me recebestes em casa; eu estava nu e não me vestistes; eu estava doente e na prisão e não fostes me visitar’. responderão também eles: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome, ou com sede, como estrangeiro, ou nu, doente ou preso, e não te servimos?’ Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade eu vos digo, todas as vezes que não fizestes isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizestes!’ Portanto, estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna”.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Palavra de Jesus para você!

Bom dia, queridos (as) filhos (as) de Deus!

Que a benção materna de Nossa Senhora Rainha da Paz chegue até vossos corações!

Venho hoje não escrever sobre alguma pregação ou formação ministrada mas, venho partilhar com vocês algo que Deus me impulsionou a realizar!


Este Blog começou em 2009, de lá para cá, tenho me furtado de me aprofundar sobre a vontade de Deus neste serviço de evangelização, mas nos últimos meses Deus tem conseguido chegar até o meu intelecto e revelar de forma mais clara qual o propósito deste Blog!


Já repararam que todo Evangelho da liturgia diária possui sempre uma "fala" de Jesus Cristo? Isso foi a confirmação para o nome do blog, PALAVRA DE JESUS! Deste modo, a partir de agora nosso blog passa a explorar diariamente, as palavras de Jesus no Evangelho do dia!

Tenho experimentado essa graça e acredite, todos os dias tenho recebido recados diretos da boca de Jesus!

Haverá dias, que Jesus dirá várias frases, outros que serão menos! Mas todas trazem palavras de vida eterna ( Cf. Jo 6,68).

Vamos iniciar com a PALAVRA DE JESUS para o dia de hoje:



"... completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo, fazei penitência e crede no Evangelho!"

Se Jesus pede penitência para você, saiba que penitência está atrelada a uma obra de conversão sua ou de alguém muito importante para você! Eu me privar de algo em prol de mim mesmo, tem um certo valor para Deus, mas quando nos sacrificamos por alguém, esse valor é muito maior na sua caridade!
Acredite na boa nova, pois a quaresma é uma ótima oportunidade de nos converter e pedir conversão para quem amamos! Fique com a palavra de Deus no seu coração!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Mensagem de Bento XVI para Quaresma 2012

Terça-feira, 07 de fevereiro de 2012, 10h22
Mensagem do Papa para Quaresma de 2012




Boletim da Santa Sé

Mensagem
«Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras»
(Heb 10, 24)


Mensagem do Papa Bento XVI para a Quaresma de 2012


Irmãos e irmãs!

A Quaresma oferece-nos a oportunidade de refletir mais uma vez sobre o cerne da vida cristã: o amor. Com efeito este é um tempo propício para renovarmos, com a ajuda da Palavra de Deus e dos Sacramentos, o nosso caminho pessoal e comunitário de fé. Trata-se de um percurso marcado pela oração e a partilha, pelo silêncio e o jejum, com a esperança de viver a alegria pascal.

Desejo, este ano, propor alguns pensamentos inspirados num breve texto bíblico tirado da Carta aos Hebreus: «Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras» (10, 24). Esta frase aparece inserida numa passagem ond e o escritor sagrado exorta a ter confiança em Jesus Cristo como Sumo Sacerdote, que nos obteve o perdão e o acesso a Deus. O fruto do acolhimento de Cristo é uma vida edificada segundo as três virtudes teologais: trata-se de nos aproximarmos do Senhor «com um coração sincero, com a plena segurança da fé» (v. 22), de conservarmos firmemente «a profissão da nossa esperança» (v. 23), numa solicitude constante por praticar, juntamente com os irmãos, «o amor e as boas obras» (v. 24). Na passagem em questão afirma-se também que é importante, para apoiar esta conduta evangélica, participar nos encontros litúrgicos e na oração da comunidade, com os olhos fixos na meta escatológica: a plena comunhão em Deus (v. 25). Detenho-me no versículo 24, que, em poucas palavras, o ferece um ensinamento precioso e sempre atual sobre três aspectos da vida cristã: prestar atenção ao outro, a reciprocidade e a santidade pessoal.

1. «Prestemos atenção»: a responsabilidade pelo irmão.

O primeiro elemento é o convite a «prestar atenção»: o verbo grego usado é katanoein, que significa observar bem, estar atento, olhar conscienciosamente, dar-se conta de uma realidade. Encontramo-lo no Evangelho, quando Jesus convida os discípulos a «observar» as aves do céu, que não se preocupam com o alimento e, todavia, são ob jeto de solícita e cuidadosa Providência divina (cf. Lc 12, 24), e a «dar-se conta» da trave que têm na própria vista antes de reparar no argueiro que está na vista do irmão (cf. Lc 6, 41). Encontramos o referido verbo também noutro trecho da mesma Carta aos Hebreus, quando convida a «considerar Jesus» (3, 1) como o Apóstolo e o Sumo Sacerdote da nossa fé. Por conseguinte o verbo, que aparece na abertura da nossa exortação, convida a fixar o olhar no outro, a começar por Jesus, e a estar atentos uns aos outros, a não se mostrar alheio e indiferente ao destino dos irmãos. Mas, com frequência, prevalece a atitude contrária: a indiferença, o desinteresse, que nascem do egoísmo, mascarado por uma aparência de respeito pela «esfera privada». Também hoje ressoa, com vigor, a voz do Senh or que chama cada um de nós a cuidar do outro. Também hoje Deus nos pede para sermos o «guarda» dos nossos irmãos (cf. Gn 4, 9), para estabelecermos relações caracterizadas por recíproca solicitude, pela atenção ao bem do outro e a todo o seu bem. O grande mandamento do amor ao próximo exige e incita a consciência a sentir-se responsável por quem, como eu, é criatura e filho de Deus: o fato de sermos irmãos em humanidade e, em muitos casos, também na fé deve levar-nos a ver no outro um verdadeiro alter ego, infinitamente amado pelo Senhor. Se cultivarmos este olhar de fraternidade, brotarão naturalmente do nosso coração a solidariedade, a justiça, bem como a misericórdia e a compaixão. O Servo de Deus Paulo VI afirmava que o mundo atual sofre sobretudo de falta de fraternidade: «O mundo está doente. O seu mal reside mais na crise de fraternidade entre os homens e entre o s povos, do que na esterilização ou no monopólio, que alguns fazem, dos recursos do universo» (Carta enc. Populorum progressio, 66).

A atenção ao outro inclui que se deseje, para ele ou para ela, o bem sob todos os seus aspectos: físico, moral e espiritual. Parece que a cultura contemporânea perdeu o sentido do bem e do mal, sendo necessário reafirmar com vigor que o bem exist e e vence, porque Deus é «bom e faz o bem» (Sal 119/118, 68). O bem é aquilo que suscita, protege e promove a vida, a fraternidade e a comunhão. Assim a responsabilidade pelo próximo significa querer e favorecer o bem do outro, desejando que também ele se abra à lógica do bem; interessar-se pelo irmão quer dizer abrir os olhos às suas necessidades. A Sagrada Escritura adverte contra o perigo de ter o coração endurecido por uma espécie de «anestesia espiritual», que nos torna cegos aos sofrimentos alheios. O evangelista Lucas narra duas parábolas de Jesus, nas quais são indicados dois exemplos desta situação que se pode criar no coração do homem. Na parábola do bom Samaritano, o sacerdote e o levita, com indiferença, «passam ao largo» do homem assaltado e espancado pelos salteadores (cf. Lc 10, 30-32), e, na do rico avarento, um homem saciado de bens não se dá conta da condição do pobre Lázaro que morre de fome à sua porta (cf. Lc 16, 19). Em ambos os casos, deparamo-nos com o contrário de «prestar atenção», de olhar com amor e compaixão. O que é que impede este olhar feito de humanidade e de carinho pelo irmão? Com frequência, é a riqueza material e a saciedade, mas pode ser também o antepor a tudo os nossos interesses e preocupações próprias. Sempre devemos ser capazes de «ter misericórdia» por quem sofre; o nosso coração nunca deve estar tão absorvido pelas nossas coisas e problemas que fique surdo ao brado do pobre. Diversamente, a humildade de co ração e a experiência pessoal do sofrimento podem, precisamente, revelar-se fonte de um despertar interior para a compaixão e a empatia: «O justo conhece a causa dos pobres, porém o ímpio não o compreende» (Prov 29, 7). Deste modo entende-se a bem-aventurança «dos que choram» (Mt 5, 4), isto é, de quantos são capazes de sair de si mesmos porque se comoveram com o sofrimento alheio. O encontro com o outro e a abertura do coração às suas necessidades são ocasião de salvação e de bem-aventurança.

O fato de «prestar atenção» ao irmão inclui, igualmente, a solicitude pelo seu bem espiritual. E aqui desejo recordar um aspecto da vida cristã qu e me parece esquecido: a correção fraterna, tendo em vista a salvação eterna. De forma geral, hoje se é muito sensível ao tema do cuidado e do amor que visa o bem físico e material dos outros, mas quase não se fala da responsabilidade espiritual pelos irmãos. Na Igreja dos primeiros tempos não era assim, como não o é nas comunidades verdadeiramente maduras na fé, nas quais se tem a peito não só a saúde corporal do irmão, mas também a da sua alma tendo em vista o seu destino derradeiro. Lemos na Sagrada Escritura: «Repreende o sábio e ele te amará. Dá conselhos ao sábio e ele tornar-se-á ainda mais sábio, ensina o justo e ele aumentará o seu saber» (Prov 9, 8-9). O próprio Cristo manda repreender o irmão que cometeu um pecado (cf. Mt 18, 15). O verbo usado para exprimir a correção fra terna – elenchein – é o mesmo que indica a missão profética, própria dos cristãos, de denunciar uma geração que se faz condescendente com o mal (cf. Ef 5, 11). A tradição da Igreja enumera entre as obras espirituais de misericórdia a de «corrigir os que erram». É importante recuperar esta dimensão do amor cristão. Não devemos ficar calados diante do mal. Penso aqui na atitude daqueles cristãos que preferem, por respeito humano ou mera comodidade, adequar-se à mentalidade comum em vez de alertar os próprios irmãos contra modos de pensar e agir que contradizem a verdade e não seguem o caminho do bem. Entretanto a advertência cristã nunca há de ser animada por espírito de condenação ou censura; é sempre movida pelo amor e a misericórdia e brota duma verdadeira solicitude pelo bem do irmão. Diz o apóstolo Paulo: «Se porventura um homem for surpreendido nalguma falta , vós, que sois espirituais, corrigi essa pessoa com espírito de mansidão, e tu olha para ti próprio, não estejas também tu a ser tentado» (Gl 6, 1). Neste nosso mundo impregnado de individualismo, é necessário redescobrir a importância da correção fraterna, para caminharmos juntos para a santidade. É que «sete vezes cai o justo» (Prov 24, 16) – diz a Escritura –, e todos nós somos frágeis e imperfeitos (cf. 1 Jo 1, 8). Por isso, é um grande serviço ajudar, e deixar-se ajudar, a ler com verdade dentro de si mesmo, para melhorar a própria vida e seguir mais retamente o caminho do Senhor. Há sempre necessidade de um olhar que ama e corrige, que conhece e reconhece, que discerne e perdoa (cf. Lc 22, 61), como fez, e faz, Deus com cada um de nós.

2. «Uns aos outros»: o dom da reciprocidade.

O fato de sermos o «guarda» dos outros contrasta com uma mentalidade que, reduzindo a vida unicamente à dimensão terrena, deixa de considerá-la na sua perspectiva escatológica e aceita qualquer opção moral em nome da liberdade individual. Uma sociedade como a atual pode tornar-se surda quer aos sofrimentos físicos, quer às exigências espirituais e morais da vida. Não deve ser assim na comunidade cristã! O apóstolo Paulo convida a procurar o que «leva à paz e à edificação mútua» (Rm 14, 19), favorecendo o «próximo no bem, em ordem à construção da comunidade» (Rm 15, 2), sem buscar «o próprio interesse, mas o do maior número, a fim de que eles sejam salvos» (1 Cor 10, 33). Esta recíproca correção e exortação, em espírito de humildade e de amor, deve fazer parte da vida da comunidade cristã.

Os discípulos do Senhor, unidos a Cristo através da Eucaristia, vivem numa comunhão que os liga uns aos outros como membros de um só corpo. Isto significa que o outro me pertence: a sua vida, a sua salvação têm a ver com a minha vida e a minha salvação. Tocamos aqui um elemento muito profundo da comunhão: a nossa existência está ligada com a dos outros, quer no bem quer no mal; tanto o pecado como as obras de amor possuem também uma dimensão social. Na Igreja, corpo místico de Cristo, verifica-se esta reciprocidade: a comunidade não cessa de fazer penitência e implorar perdão para os pecados dos seus filhos, mas alegra-se contínua e jubilosamente também com os testemunhos de virtude e de amor que nela se manifestam. Que «os membros tenham a mesma solicitude uns para com os o utros» (1 Cor 12, 25) – afirma São Paulo –, porque somos um e o mesmo corpo. O amor pelos irmãos, do qual é expressão a esmola – típica prática quaresmal, juntamente com a oração e o jejum – radica-se nesta pertença comum. Também com a preocupação concreta pelos mais pobres, pode cada cristão expressar a sua participação no único corpo que é a Igreja. E é também atenção aos outros na reciprocidade saber reconhecer o bem que o Senhor faz neles e agradecer com eles pelos prodígios da graça que Deus, bom e onipot ente, continua a realizar nos seus filhos. Quando um cristão vislumbra no outro a ação do Espírito Santo, não pode deixar de se alegrar e dar glória ao Pai celeste (cf. Mt 5, 16).

3. «Para nos estimularmos ao amor e às boas obras»: caminhar juntos na santidade.

Esta afirmação da Carta aos Hebreus (10, 24) impele-nos a considerar a vocação universal à santidade como o caminho constante na vida espiritual, a aspirar aos carismas mais elevados e a um amor cada vez mais alto e fecundo (cf. 1 Cor 12, 31 – 13, 13). A atenção recíproca tem como finalidade estimular-se, mutuamente, a um amor efetivo sempre maior, «como a luz da aurora, que cresce até ao romper do dia» (Prov 4, 18), à espera de viver o dia sem ocaso em Deus. O tempo, que nos é concedido na nossa vida, é precioso para descobrir e realizar as boas obras, no amor de Deus. Assim a própria Igreja cresce e se desenvolve para chegar à plena maturidade de Cristo (cf. Ef 4, 13). É nesta perspectiva dinâmica de crescimento que se situa a nossa exortação a estimular-nos reciprocamente para chegar à plenitude do amor e das boas obras.

Infelizmente, está sempre presente a tentação da tibieza, de sufocar o Espírito, da recusa de «pôr a render os talentos» que nos foram dados para bem nosso e dos outros (cf. Mt 25, 24-28). Todos recebemos riquezas espirituais ou materiais úteis p ara a realização do plano divino, para o bem da Igreja e para a nossa salvação pessoal (cf. Lc 12, 21; 1 Tm 6, 18). Os mestres espirituais lembram que, na vida de fé, quem não avança, recua.

Queridos irmãos e irmãs, acolhamos o convite, sempre atual, para tendermos à «medida alta da vida cristã» (João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte, 31). A Igreja, na sua sabedoria, ao reconhecer e proclamar a bem-aventurança e a santidade de alguns cristãos exemplares, tem como finalidade também suscitar o desejo de imitar as suas virtudes. São Paulo exorta: «Adiantai-vos uns aos outros na mútua estima» (Rm 12, 10 ).

Que todos, à vista de um mundo que exige dos cristãos um renovado testemunho de amor e fidelidade ao Senhor, sintam a urgência de esforçar-se por adiantar no amor, no serviço e nas obras boas (cf. Heb 6, 10). Este apelo ressoa particularmente forte neste tempo santo de preparação para a Páscoa. Com votos de uma Quare sma santa e fecunda, confio-vos à intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria e, de coração, concedo a todos a Bênção Apostólica.



domingo, 19 de fevereiro de 2012

Os dons Santificantes ou Efusos

Certo dia me contaram esta história, que me ajudará a desenvolver o tema de hoje:
Conta que existia em uma cidade pequena do interior um homem que mendigava todos os dias encima de uma pedra que ficava no meio da principal praça da cidade!

Todos os dias por mais de quarenta anos o nosso mendingo ficava ali mendigando e depois de tanto tempo cativou todos os membros daquela comunidade!

Certo dia o nosso personagem caiu doente e acabou falecendo! Depois da comoção que tomou conta da cidade, os governantes resolveram fazer uma homenagem para o mendingo e construir um monumento em homenagem a ele!

Ao começar a cavar e retirar a pedra no qual servia de banco para o mendingo, eis a surpresa: Foi encontrado embaixo da pedra um tesouro incalculável! E todos ficaram impressionados como o mendingo passou tanto tempo pedindo esmola sentado encima de um tesouro!

Assim muitos de nós vivemos anos e anos de nossas vidas mendigando a ação de Deus em nossas vidas, buscando "Pessoas de Deus" para termos aquilo que Deus já nos deu no nosso batismo!

Deus nos deu um tesouro e ficamos sentados encima deles! Só que hoje Deus quer que você tenha acesso ilimitados a Eles!

Eu falo dos Dons carismáticos do Espírito Santo! Mas antes de tudo para ter acesso aos dons, é necessário possuir o Espírito Santo!

Teste para saber se temos o Espírito Santo de Deus! I Coríntios 12, 3 : Por isso, eu vos declaro: ninguém, falando sob a ação divina, pode dizer: Jesus seja maldito e ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor, senão sob a ação do Espírito Santo.

Feito o teste vamos falar especificamente de cada um destes tesouros:

Vamos continuar com a passagen de Coríntios 12:

4. Há diversidade de dons, mas um só Espírito.
5. Os ministérios são diversos, mas um só é o Senhor.
6. Há também diversas operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.
7. A cada um é dada a manifestação do Espírito para proveito comum.
8. A um é dada pelo Espírito uma palavra de sabedoria; a outro, uma palavra de ciência, por esse mesmo Espírito;
9. a outro, a fé, pelo mesmo Espírito; a outro, a graça de curar as doenças, no mesmo Espírito;
10. a outro, o dom de milagres; a outro, a profecia; a outro, o discernimento dos espíritos; a outro, a variedade de línguas; a outro, por fim, a interpretação das línguas.
11. Mas um e o mesmo Espírito distribui todos estes dons, repartindo a cada um como lhe apraz.



OS CARISMAS DO ESPÍRITO

Os Carismas do Espírito, concedidos a todos por ocasião do Batismo e intensificados na crisma, também são chamados o Espírito Santo nos capacita com estes dons para servirmos à Igreja de Cristo, através dos irmãos. Os carismas são, portanto dons de poder para o serviço da comunidade cristã.

Algumas condições para recebermos e perseverarmos na vida nos dons efusos:

- Simplicidade e pureza de coração
- Assiduidade da meditação da Palavra de Deus
- Vida de oração
- Desejo de servir aos irmãos como Jesus (Lc 22, 27)
- Perseverança à recepção dos dons espirituais (sempre abertos para sermos canais à ação e poder do Espírito em nós).

Nossa colaboração é essencial. Deus não nos quer robôs agindo independentemente de colaboração ou de forma mecânica. Ele respeita a nossa liberdade e consentimento. Se cremos, dizemos sim ao que o Senhor quer realizar em nós. Maria Santíssima é o modelo da total abertura: “Faça-se em mim, segundo a Tua palavra” (Lc 1, 38).

DOM DE LÍNGUAS

O dom de línguas é um dom de oração (pessoal e comunitário), que se seguir imediatamente ao derramamento do Espírito Santo em Pentecostes (At 2, 1-4). Foi a primeira manifestação do Espírito santo: “Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhe concedia que falassem”.

“Estando Pedro ainda a falar, o Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviam a (santa) palavra. Os fiéis da circuncisão..., profundamente se admiravam, vendo que o dom do Espírito Santo era derramado também sobre os pagãos, pois eles os ouviram falar em outras línguas e a glorificar a Deus” (At 10, 6s).

“E quando Paulo lhes impôs as mãos, o Espírito Santo desceu sobre eles e falavam em línguas estranhas e profetizavam” (At 19, 6s).

Nas passagens acima observamos que o dom de línguas foi a primeira manifestação da efusão do Espírito Santo não só sobre os apóstolos e Maria, como também para todos aqueles que desejam viver uma vida em comunhão com Deus.

O dom de línguas é entendido e experimentado por aqueles que se deixam conduzir pelo Espírito.
Através do dom de línguas “palavras incompreensíveis que não são minhas, palavras escolhidas e formuladas pelo Espírito Santo, dão a Jesus o louvor que Ele merece, e do qual eu mesmo sou incapaz” (I Cor 14, 9).

Temos dificuldades em aceitar tudo o que não provém da razão. Mas na medida em que cedemos ao dom, e abrimos o coração e a mente, as dificuldades vão desaparecendo.

No entanto, ao orarmos com esses sons ininteligíveis não deixamos de estar conscientes.

Sabemos perfeitamente o que estamos fazendo, pois oramos com a nossa língua e com a nossa vontade, por isso somos livres para começar e terminar quando queremos. Oramos naturalmente, da mesma forma que fazemos nossas orações mentais e vocais. A única diferença é que quem realiza todo o trabalho é o Espírito Santo, o autor responsável por tomar nossa oração agradável a Deus, atingindo e penetrando o seu coração.

O ESPÍRITO SANTO SOCORRE A NOSSA DEBILIDADE DE ORAR

Ao começarmos a orar, não sabemos como devemos pedir ou dizer a Deus. Nossa cabeça está tão cheia de preocupações, idéias, afazeres e nosso coração está tão agitado que ficamos “sem assunto diante de Deus”, ou nosso espírito está indisposto diante de Deus, não consegue se entregar inteiramente e então a oração é ineficaz. O Espírito Santo vem em nosso auxílio à nossa fraqueza e intercede por nós com gemidos inefáveis. O próprio Espírito Santo que habita em nós, ora em nós e nos auxilia para orarmos e pedirmos o que necessitamos segundo a vontade de Deus.

Através do dom de línguas, o próprio Deus ora em nós e por nós. É um dom que edifica o homem interiormente. O Espírito refaz o ser de quem ora, ele não se limita a nos ensinar a orar, mas Ele próprio ora em nós, Ele não se limita a nos dizer o que devemos fazer, mas fá-lo conosco. O Espírito não promulga uma lei de oração, mas confere um graça de oração.

O dom de línguas nos leva a descansar nas mãos da divina providência.

Torna o homem interior livre, suas palavras coincidem com o que se passa no mais íntimo do seu coração, ele está inteiramente em Deus e ambos se compreendem e se unem.

São Paulo nos revela que “aquele que ora em línguas não fala aos homens, e sim a Deus: ninguém o entende, pois fala coisas misteriosas, sob ação do Espírito Santo” (I Cor 14, 2). Sendo um dom de oração, é um canal aberto para um relacionamento pessoal afetivo com Deus, acontece uma união mais estreita com o Espírito Santo. Abre-se o diálogo do homem com seu criador. Através desta união tão íntima entre filhos e o Pai celeste é manifestada na alma dos filhos um progresso espiritual, um avanço no caminho da santidade.

DOM DE FALAR EM LÍNGUAS:

“Falar em línguas” - significa proclamar uma mensagem de Deus, numa linguagem desconhecida, em nome de Deus para uma assembléia através de línguas estranhas. É semelhante e equivalente à profecia. Todavia é uma fala em voz alta, isoladamente, e sob a unção do Espírito Santo. Quando se “fala em línguas”, um membro do grupo recebe o dom de interpretação de línguas, e comunica a mensagem à assembléia. “Falar em línguas” é um dom transitório, não permanente.


DOM DE INTERPRETAÇÃO DAS LÍNGUAS:

Manifesta-se na assembléia reunida em oração e louvor a Deus. É um dom do Espírito à sua Igreja. Não é um dom de tradução, como se alguém traduzisse uma língua convencional. Trata-se de um impulso, de uma unção espiritual para tornar compreensível aos membros da comunidade, a mensagem do Senhor que lhe chega em línguas.

O dom de interpretação das línguas é uma ação de Deus pela qual a pessoa proclama a mensagem de Deus. É semelhante e equivalente à profecia. Vem sempre depois do dom de falar em línguas, que é uma mensagem em línguas.

Devemos pedir este dom de forma freqüente na oração pessoal e comunitária, por ser um dom do Espírito, devemos tê-lo também em abundância, para a edificação da Igreja (I Cor 14,2).

O intérprete, após a mensagem proclamada em línguas, sente-se movido a exprimir em palavras normais, convencionais, inteligíveis por todos, uma mensagem que lhe vem do Senhor, mas endereçada a todos, para a edificação da comunidade reunida. A interpretação em línguas deve ser concisa, interpretando com clareza a mensagem do Senhor.

Quem tem o dom da interpretação percebe com clareza, que as palavras lhe vêm a mente de forma abundante, e deve dizer o que o Senhor lhe inspira. Quanto mais se habitua, mais facilmente identifica o modo de como o Senhor lhe “dita” as palavras. Ele deve falar sempre na 1ª pessoa, como se falasse o próprio Senhor. Jesus não quer que simplesmente se narre a sua mensagem, mas que pronuncie a mensagem em seu próprio nome empregando-se a 1ª pessoa.

DOM DE CIÊNCIAS: (ou palavra de ciência, ou palavra de conhecimento)

O dom de ciência é um dom através do qual o Senhor faz que o homem entenda as coisas da maneira como Ele as entende. Faz que o homem penetre na raiz de cada acontecimento, fato, sentimento ou situação, ou melhor, através do dom de ciências, Deus dá o diagnóstico, a causa de um problema, doença, fato, situação...,etc.

Quando estamos com febre, nos dirigimos a um médico para descobrir a causa da febre. Porque a febre não é a doença, mas um sintoma da doença.

Quando alguém está deprimido, queremos resolver o problema da depressão, aliviando os seus sintomas, porém não conseguimos detectar a causa da depressão. Através do dom de ciências, o Senhor nos revela a causa da depressão, sua raiz, com o objetivo de curar. O Espírito Santo, através deste dom, presta um serviço ao povo de Deus através de nós.

Pelo dom de ciência, Deus ensina ao homem sobre as suas verdades, permite que a sua luz penetre no entendimento do homem. Deus comunica ao homem informações que são impossíveis de se adquirir humanamente ou por conhecimento natural, pela razão.

É um dom de revelação. Revela uma ação que Deus já está fazendo (a cura), ou uma situação ou mentalidade que precisa ser transformada por Deus, sempre com a finalidade de transformação e conversão através do poder e da misericórdia de Deus que cura o corpo e o coração.

Alguns exemplos de “palavra de ciência” no N.T.

- Lc 1,39-45 - Maria comunica o Espírito Santo a Isabel, como sinal do que iria acontecer em Pentecostes sobre toda a Igreja.

- Lc 1,43 - Isabel recebe o conhecimento de um mistério que, humanamente, ela jamais seria capaz de compreender, a encarnação de Jesus.

Aqui a palavra de ci6encia veio acompanhada de um sinal físico: o menino... (Lc 1,44).

- Mt 1,18-25 - vem também através de um sonho, como no caso de José. O Espírito Santo revela a José, em sonho, o mistério da encarnação. José recebe o dom de ciência (a revelação) e através dele vê acontecer, em si próprio, mudança radical de mentalidade e do conhecimento de Deus.

- Jo 4,16-19 - Jesus fala à samaritana sobre os 5 maridos que tivera. Esta palavra de ciência fez a mulher perceber que Jesus era um profeta, abrindo a porta do seu coração para a revelação que ele era o Messias. A samaritana experimentou a misericórdia de Deus aplicada ao pecado de adultério, pois Jesus não a acusou, mas revelou o que sabia. A palavra de ciência teve o poder de levá-la a arrepender-se, ser perdoada e reconhecer que Jesus o Messias, tendo acesso à “água viva” por ele prometida.

- At 5,1-11 - O Espírito Santo, através da palavra de ciência, revela a intenção secreta do coração de Ananias e Safira.

- Mc 5, 25-34 - A cura da hemorroíssa. Jesus usa a palavra de ciência como confirmação da cura pelo poder do Espírito Santo e pela fé.

- Lc 5, 17-26 - A cura do paralítico. Quando Jesus diz: “os teus pecados estão perdoados”, ele sabe por revelação que a necessidade maior do paralítico é ser perdoado de seus pecados que, são a causa de muitos males físicos e espirituais. Para o paralítico eram empecilho para a ação de Deus em sua vida.

- Jo 4, 50 - A cura do filho de um oficial: “Vai, disse-lhe Jesus, o teu filho está bem!”.

A pessoa que recebe o dom de ciência, pode perceber que o Senhor a está tocando através de um sentimento forte, uma certeza interior que nos chega à mente, pode ser: uma palavra, uma cena da vida da pessoa, uma visualização; o Senhor nos mostra o que está curando: uma parte do corpo, um problema emocional, uma cura espiritual, ou aumentando a fé, chamando à conversão... Isso acontece após uma oração em línguas, quando nossa mente está aberta e livre para receber a revelação do Senhor. Geralmente, este dom é acompanhado pela palavra de sabedoria.


O DOM DA PROFECIA:

Neste dom, Deus fala claramente e de forma simples, mas direta com o homem para edificá-lo, exortá-lo e consolá-lo (I Cor 14,3). Diante da palavra de Deus, da voz divina, devemos nos colocar em atitude de respeito e de obediência.

A profecia acontece depois de um louvor a Deus, em línguas, em cânticos ou em palavras, quando a comunidade se reúne em oração, ou quando um cristão se recolhe na sua oração pessoal. Após este louvor, segue-se um silêncio de escuta a Deus e recebimento da unção, que pode vir através de um senso da presença de Deus, um impulso, um movimento no íntimo do nosso espírito, um formigamento nos dedos, um calor pelo corpo todo, um batimento cardíaco mais forte, ou da forma que o Senhor achar melhor ungir, é então proclamada a mensagem de Deus.

Geralmente, as profecias, são ditas na 1ª ou na 2ª pessoa, pois o Senhor é um Deus pessoal e nos falará diretamente: “Não temas”, “Tu és o meu povo...”, “Meus filhos...”, “Eu sou o Teu Deus...”. Esta mensagem divina é ouvida e guardada em nossos corações.

Depois que a mensagem é proclamada, todos devem estar em atitude de escuta para que o Senhor confirme a profecia (I Cor 14,29), através de moções dadas a outros membros da comunidade. Deus pode se utilizar da própria PALAVRA, de visões, sentimentos ou palavras para confirmar a veracidade da profecia. Esta tem de estar de acordo com a palavra de Deus, com a doutrina da Igreja e dirigidos à glória de Deus e à salvação dos homens.

Aqueles que recebem a confirmação da profecia proclamada, devem se manifestar no meio da assembléia. Quanto mais uma profecia é confirmada, maior é a fé que depositamos nela e maior é a abertura que será dada para a ação do Espírito Santo naquela comunidade.

O Dom da Profecia edifica a assembléia (I Cor. 14,4). Ninguém profetiza sem o consentimento da vontade, que acolhe as palavras de Deus em sua mente; se as pronunciamos por medo, insegurança ou respeito humano, podemos deixar de profetizar. Deus não violenta, não força a mente humana contra nossa vontade, nosso consentimento; serve-se sim, da mente humana e suas faculdades, pedindo apenas que nos deixemos usar por ele: “o espírito dos profetas deve estar-lhes submisso”(I Cor 14,32), contudo deve dar-se com “ dignidade” e ordem (v. 40) e com um critério de julgamento sobre a mesma, pelos demais (v. 29), pois, “Deus não é Deus de confusão, mas de paz (v. 33).

DOM DE SABEDORIA: (ou palavra de sabedoria)

- Dom de sabedoria ? nos revela o diagnóstico, a causa, a raiz do problema (uma situação, um fato).

- Dom de sabedoria ? segue o dom de ciência. Nos revela o tratamento, como agir a partir do que nos foi revelado pelo dom de ciência.

Pela palavra de ciência, Deus revela a raiz de algo que se passa ou que se passou. Pela palavra de sabedoria, Deus nos revela como agir, como por em prática a palavra de ciência, como proceder.

Pode se manifestar por meio de uma palavra oral, por uma palavra escrita, por uma visão, por
uma sensação, emoção ou sonho.

O Dom de sabedoria é um dom carismático do Espírito Santo, dom gratuito de Deus, que dá a graça ao homem, inspira o homem a saber como deve ser o seu comportamento em cada situação, em cada vez que tem que resolver um fato ou um problema. Inspira o homem como agir e falar inteligentemente situações concretas da sua vida ou da sua comunidade, levando-o a decidir acertadamente e de acordo com a vontade de Deus no dia-a-dia, no matrimônio, no trabalho, na educação dos filhos, nos relacionamentos com os irmãos e na sua vida cristã. É uma orientação de Deus sobre como se viver cristãmente ( Lc 18,18-30). Também nos leva a ensinar ou explicar verdades religiosas.

Portanto, a palavra de sabedoria é uma palavra, atitude ou ação que faz que os acontecimentos passem a decorrer segundo a vontade de Deus, ou ainda, que as pessoas percebam a verdade que antes não conheciam.

Exemplos de palavra de sabedoria nas Escrituras Sagradas.

- I Rs 3,16-28 - A palavra de sabedoria do rei Salomão: “cortai pelo meio o menino vivo e dai a metade a uma e a metade a outra”, fez que a verdadeira mãe renunciasse ao seu filho, pois não queria vê-lo morto e assim foi descoberto a verdade e a justiça.

- Mt 22,15-22 - “Daí a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Jesus encontrava-se numa situação embaraçosa, pois se dissesse que pagassem o imposto a César seria tido como traidor dos judeus, se dissesse que não pagassem, seria tido como insuflador do povo contra os romanos. Seria preso em ambos os casos. O poder do Espírito Santo pela palavra de sabedoria, livrou Jesus da prisão e calou a boca do povo.

- Jo 8,1-11 - A mulher adúltera. A lei protegia os que apedrejavam e condenavam a mulher à morte, Jesus pela palavra de sabedoria: “Quem de vós estiver sem pecado, seja o 1º a lhe atirar uma pedra”. Sentindo-se acusados pela própria consciência, os acusadores foram-se retirando um por um.

A palavra de sabedoria, conduz o procedimento do homem em cada situação. É um dom de orientação. Através dela, descobrimos o plano de Deus para a nossa própria vida, para a vida de uma outra pessoa ou comunidade.

DOM DE CURA:

O Dom de cura foi um dos dons plenamente vivenciados por Jesus durante o seu ministério terreno. Esse dom que foi tão abundantemente em Jesus, na sua vida, na sua missão e na revelação de sua identidade divina, é dom do Espírito santo que recebemos no Batismo e deseja ser manifesto em nossa vida e missão, confirmando com sinais nosso testemunho e pregação.

Para que o dom de cura se manifeste, basta que haja um enfermo e um irmão cheio de compaixão que ore para que ele seja curado. Todos possuem o dom de cura, o problema é que nem todos o fortalecem, pelo pedido constante ao Espírito Santo e pelo exercício de orar pelos enfermos. O fato é que, quanto mais nós pomos ao serviço, mais os carismas se manifestam.

MODALIDADES DO DOM DE CURA:

O dom das curas se manifesta de 3 formas. Tomando-se por base as 3 dimensões do homem: corpo, alma e espírito (I Ts 5,23), compreendemos que este mesmo homem pode ser atingido por enfermidades em suas 3 dimensões. Existem os males físicos, os males da alma (interiores) e os males espirituais. Se somos atingidos em nosso corpo por qualquer enfermidade, necessitamos de uma cura física. Se somos atingidos em qualquer área da nossa alma, necessitamos de uma prece para cura interior. Se somos atingidos em nosso espírito, contaminando-nos com falsas doutrinas e afastando-se da sã doutrina da salvação, precisamos de uma oração para cura espiritual ou oração de libertação.

A oração para cura física:

Orar por cura física, supõe clamar o poder do amor misericordioso de Deus sobre todos os tipos de enfermidades, desde uma simples dor de cabeça, até a cura do câncer e da AIDS. Devemos orar em nome de Jesus, tomando por base a passagem de Is 53,1-6. Deus cura pelos méritos de Jesus Cristo e não porque sabemos orar, temos experiências ou somos santos.

Existem algumas medidas bem simples que fazem parte desta oração para cura física:
conhecer a causa da enfermidade, o diagnóstico médico; a imposição das mãos; abrir-se aos carismas;

Oração de autoridade - orar em nome de Jesus.

Oração para cura interior:

Na cura interior, atinge-se o coração dolorido do ser humano, tão marcado pelo pecado, pela dor, pelo medo, pelas feridas da vida.

A medicina comprova que um grande número de doenças físicas têm componentes emocionais.
Orar pela cura interior, é tirar do caminho esses componentes emocionais, que são prejudiciais , a fim de que o homem seja livre pela ação do Espírito Santo para melhor servir a Deus.

Os psicólogos comparam a mente humana com um “iceberg”. A parte externa do iceberg que aparece sobre a água é 10% e 90% está imersa na água. Comparando com a nossa mente, a parte externa é a nossa mente consciente e a parte submersa é a nossa mente inconsciente.

É em nossa mente inconsciente que estão guardadas as lembranças humanas mais profundas. Aí são armazenados nossos traumas, medos, lembranças, sentimentos reprimidos, etc. Jesus veio para curar os corações doloridos e as lembranças de maneira particular.

A oração para a cura espiritual:

Chamada também de “oração de libertação”. É um processo de orações em nome de Jesus Cristo, que liberta as pessoas cativas em seu espírito, quando são oprimidas por espíritos malignos.

Para orarmos por libertação, basta que conheçamos o problema da pessoa atribulada e saibamos como e por que ela se encontra naquele estado. Ordenar que toda força maligna, retire-se da vida desta pessoa em obediência ao nome de Jesus Cristo, para que ela fique livre para o seu serviço e o seu louvor.

DOM DA FÉ:

O dom carismático da fé, é o poder de Deus que nos move a uma confiança íntima com de que Deus agirá. Essa confiança leva a uma oração convicta, a uma decisão, a uma firmeza ou a algum outro ato que libera a benção de Deus.

Através do dom carismático da fé, o Espírito Santo nos dá a certeza de que Deus agirá, de que o poder de Deus irá intervir em alguma situação da vida do homem. Pelo dom carismático da fé, cremos que Deus opera hoje maravilhas em favor do seu povo. A fé move a manifestação do poder de Deus através do seu Espírito Santo.

“Se creres, verás a glória de Deus” (Jo 11,40). É a fé que faz o homem de todos os tempos ver a glória de Deus.

A virgem Maria realiza da maneira mais perfeita à obediência a fé. Na fé, Maria acolheu o anúncio e a promessa trazida pelo anjo. Maria não cessou de crer no “cumprimento” da Palavra de Deus. Por isso, a Igreja venera em Maria a realização mais pura da fé.( Cat.149)

É a esta fé de Maria, de Abraão, de Moisés e outras testemunhas da fé que devemos aderir de todo o nosso coração, para que esta mesma fé nos ilumine e nos conduza nos momentos da provação.

DOM DOS MILAGRES:

É o poder de Deus de intervir em determinada situação em relação à natureza, à saúde e à vida. São fenômenos sobrenaturais realizados por Deus, com a finalidade de que os homens conheçam a sua glória, o seu poder e se convertam. Através dos milagres, o homem tem uma experiência concreta do amor de Deus por ele e da sua presença concreta na sua vida, na vida dos seus irmãos e no mundo.

O dom de milagres é a ação do Espírito Santo que, para o bem de alguém, modifica o curso normal da natureza: O milagre é uma intervenção clara, sensível e visível de Deus no discurso “ordinário” ou “normal” dos acontecimentos: curas instantâneas de doenças incuráveis, ressurreição dos mortos, fenômenos extraordinários da natureza.

Distinguir o milagre da cura: a cura é quando Deus acelera o processo de cura que se poderia conseguir através de meios naturais como uma cirurgia, remédios, repousos, etc. O milagre é quando se trata de uma cura que nenhuma ciência médica poderia realizar e que Deus realiza.

Os milagres são intervenções de Deus, diretamente Dele, na natureza do homem, ou na ordem da criação. Os milagres provam o poder de Deus agindo na vida dos homens, levando-os a uma fé sempre mais crescente.

Alguns milagres no Antigo Testamento:

- Êx 14 - passagem do Mar Vermelho;
- Nm 17,16-26 - episódio da vara de Aarão que floresce;
- Js 3, 14-17 - Josué e seu povo atravessaram o rio Jordão a pé enxuto;
- I Rs 17,16 - multiplicação da farinha e do azeite que havia prometido a Elias.

Alguns milagres no N.T.:
- Lc 13,10 - mulher que vivia encurvada 18 anos;
- Lc 18,35 - cego em Jericó;
- Mt 9,1 - paralítico em Cafarnaum;
- Mt 15, 29-31 - aleijados, coxos, cegos eram curados;
- Jo 2,11 - Bodas de Caná.

Precisamos acreditar neste dom de milagres no coração da Igreja. Por meio dele, poderemos de forma mais convincente, publicar as “maravilhas de Deus” ,hoje e sempre.

DOM DOS DISCERNIMENTOS DOS ESPÍRITOS:

O Dom dos discernimentos dos espíritos é uma graça que provém da presença do Espírito Santo em nós.

Nossa unidade com Ele, nossa intimidade com Ele em oração. Da mesma forma que nos dá palavras de sabedoria, ciência, cura...,etc, dá-nos igualmente o dom do discernimento dos espíritos. Dom espiritual que nos permite discernir, examinar, nas outras pessoas, na comunidade o que é Deus, o que é da natureza ou o que é do maligno.

Este dom permite-nos identificar qual espírito está impulsionando ou está influenciando uma ação, uma situação, um desejo, uma decisão a tomar, algo que nos digam ou ofereçam.

Como todo dom espiritual, ele está em interação com os outros carismas e é necessário para a nossa vida diária, nossa vida de oração e para o nosso apostolado.

Em Gn 3,1-7, Eva não percebeu que quem lhe falava era o maligno, pois não parou para discernir quem lhe falava e se era de Deus; iludida pelo inimigo, acabou por cometer o pecado de origem de toda humanidade.

Deus respeita a nossa liberdade e respeitou a liberdade de Eva em desobedecer-lhe e pecar.

Deve ter sido uma imensa dor para Deus assistir Eva sendo enganada.

São João da Cruz nos ensina que nossa alma tem 3 grandes inimigos: o mundo, o demônio e a nossa carne; inimigos a fazerem guerra e dificultarem o caminho que a nossa alma deseja trilhar até Deus. É necessário, portanto, o exercício do dom do discernimento dos espíritos, um dos canais de que Deus se utiliza para nos ajudar a vencer esses grandes inimigos, que tentam nos confundir na busca de conhecer e viver a vontade de Deus.

É preciso orar e ter uma vida de constante louvor e de unidade com a Palavra de Deus e os sacramentos da Igreja. Desta forma, nos tornamos pessoas profundamente unidas e dóceis às moções do Espírito para que não nos deixemos ser ludibriados. Jesus nos ensinou: “vigiai e orai, para não cairdes em tentação”. Este estado de alerta, confiante na misericórdia de Deus, nos vem do louvor constante, da oração diária, do estudo da Palavra de Deus, nos vem do louvor constante, da oração diária, do estudo da Palavra de Deus, da obediência à Igreja, da freqüência aos sacramentos e da amizade com MARIA. Estando sempre alertas, saberemos se algo vem da vontade de Deus, do inimigo, ou da nossa carne.

O Dom do discernimento dos espíritos no N.T.:

- Mt 16,16 - “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo!”. Jesus glorificou o Pai, porque Ele discerniu que quem havia revelado a Pedro que Ele era, foi o Pai. Jesus concluiu que a resposta não tinha vindo da humanidade de Pedro, pois “sem a graça”, ninguém podia dizer que Ele era o Messias.

- Mt 16,22 - “Que Deus não permita isto, Senhor! Isto não te acontecerá”. A falta de fé, o desejo de agradar, o medo, deram entrada a satanás no pensamento e sentimento de Pedro. Jesus discerniu que o que Pedro dissera, vinha do maligno.

- Lc 4,1-13 - Jesus discerniu que as sugestões que lhe vinham na tentação do deserto, não lhe vinham de Deus, nem Dele, mas do maligno para estragar o plano do Pai.

O Espírito Santo unge os batizados com a mesma unção espiritual de Jesus.
Através do batismo todos os homens são regenerados para a vida dos filhos de Deus, unidos a Jesus Cristo e ao seu corpo que é a Igreja e são ungidos pelo Espírito Santo, tornando-se templo espirituais (C. L. 10) "Foi num só Espírito que todos nós fomos batizados a fim de formarmos um só um corpo" (I Cor 12, 13).Portanto todos os batizados vivenciam a "unidade misteriosa com Jesus entre si" (cf. Jo 17, 21), todos somos ramos de uma única videira, Jesus Cristo. Além de desfrutarmos pelo batismo da unidade com O Cristo e com os irmãos, nos tornamos "pedras vivas" edificados sobre Cristo, "Pedra angular", destinada a construção de um edifício espiritual (I Pd 2, 4ss).

O Espírito Santo então unge o batizado e com esta unção espiritual e ele pode repetir e assumir para si as palavras de Jesus: "O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu; enviou-me para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para por em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor" (Lc 4, 18-19), porque a efusão batismal e crismal torna o batizado participante do tríplice múnus sacerdotal, profético e real de Jesus Cristo, enquanto membros da Igreja (C. L. 13s). Isto vem nos certificar que os batizados são configurados em Jesus Cristo (Fil 3, 21) de uma forma total, inclusive em todas as suas atividades (cf. Rm 12, 1s). Jesus mesmo disse: "Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crer em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas: porque vou para junto do Pai" (Jo 14, 12).

A Paz......

O Sim de Maria e os seus frutos para a humanidade

Já abordamos várias vezes a escolha das criaturas por Deus, em Cristo (Ef 1). E vimos que ele escolhe cada ser humano com um plano bem definido para sua vida, um plano que, se aceito pelo escolhido, o realizará pessoalmente, e sobretudo implicará na Salvação de muitos irmãos, e assim será dada a devida glória ao Criador. Cada uma será santo, e a glória de Deus resplandecerá nas criaturas, seus eleitos, sua obra prima.

Já sabemos que Deus escolheu Maria, por mera benevolência (por que ele é bom) e gratuitamente (não por merecimento algum da parte de Maria), para ser a Mãe do Salvador. E com vistas a este objetivo, preparou-a muito bem, preservando-a da mancha do Pecado Original, enchendo-a de graças. Mas Deus jamais tira a liberdade das criaturas, e ele deu a Maria a liberdade de escolher. Maria então, decidiu pessoalmente e livremente aderir ao plano do Criador, e tornou-se Mãe de Deus. Ela correspondeu fielmente à Graça, dizendo-se serva do Senhor, e tornou-se Mãe da Igreja.

Maria aderiu ao plano de Deus, não que tivesse ciência plena de todo o desenrolar deste, não porque fosse um ser repleto de ciência infusa como alguns pretendem afirmar. Ela o fez na fé. E foi também na fé que dirigiu-se à casa de Isabel, para contemplar o sinal de Deus na vida desta, e para surpresa sua, ela mesma se tornou sinal: ficou cheia do Espírito Santo e profetizou que Maria seria a Mãe do Salvador.

Se toda mulher, ao dar à luz uma criança, influencia o curso da história, então o que dizer de Maria? Ela ocupa um lugar único na história Sagrada da humanidade, pois que, ao receber o dom do Pai, contribui para dar ao mundo Aquele que é o princípio, centro e fim da humanidade. No desenvolvimento do plano de Deus, Maria situa-se no meio do povo que espera o Messias. Mas este será seu Filho. E porque aceita esta Vontade de Deus, entra numa nova dimensão de fé e introduz no mundo Aquele por Quem podemos chegar à filiação divina.

A aceitação livre de Maria e aquilo que nela se realiza pelo poder do espírito Santo dá, pois, à nossa história o seu sentido último segundo o desígnio de Deus que se cumpre em Jesus e pela sua obra. A Maternidade Divina de Maria, como nenhum dos privilégios à Maria concedidos por Deus, não implica pois apenas na Salvação e realização de Maria, mas na Salvação e realização integral dos homens e mulheres de todos os tempos e lugares, até o dia final.

Um sim de valor não pode ser dado por covardia, por dificuldade de dizer não. Caso contrário, fatalmente irá demonstrar fraquezas futuras, como mostra a parábola dos dois filhos, contada por Jesus: um pai ordenou um trabalho para seus filhos: um disse que iria, mas não foi; o outro que disse NÃO acabou indo. Moral da história: serão as conseqüências que irão demonstrar a verdade do que foi dito.

Os frutos colhidos a partir do sim de Maria são fartos. Foi porta aberta para a encarnação do verbo divino. Ou como disse Bento XVI: possibilitou um rosto humano de Deus.

Mas também foi se confirmando depois, no dia-dia de Jesus, até a prova de fogo aos pés da cruz, quando viu seu “sim” martirizado e depois ampliado a toda à humanidade na acolhida a João: “mulher, eis aí seu filho”.

Por tudo isso, pode se dizer que a obediência de Maria ao anúncio do anjo ficou longe de ser uma aceitação distraída ou um “sim” alienado, de falta de opções. Também não foi um “amém” empolgado, mas superficial, como às vezes se dá em encontros e depois não resiste ao cotidiano.

Como recitou dias depois no Magnificat, a virgem de Nazaré acolheu sua missão por guardar sintonia com o Senhor. A palavra de Deus estava em seu coração e brotou fácil de seus lábios.

Maria serve de modelo para todos. Como o apóstolo Paulo, não hesitou em considerar um lixo tudo o que possuía, inclusive seus planos, para correr atrás de seu Cristo. Expôs tudo, até seu casamento. Poderia sair derrotada, mas não hesitou e por isso, “de geração em geração, a chamam de bem-aventurada”.

A Promessa do Pai

Pregação realizada no sábado (20/02) no retiro de carnaval em Bela Cruz.

Vamos iniciar pelo Evangelho de João, no capítulo 14, que nos narra a promessa de Jesus sobre o envio do Espírito Santo!

1. Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim.
2. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar.
3. Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais.
4. E vós conheceis o caminho para ir aonde vou.
5. Disse-lhe Tomé: Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?
6. Jesus lhe respondeu: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.
7. Se me conhecêsseis, também certamente conheceríeis meu Pai; desde agora já o conheceis, pois o tendes visto.
8. Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta.
9. Respondeu Jesus: Há tanto tempo que estou convosco e não me conheceste, Filipe! Aquele que me viu, viu também o Pai. Como, pois, dizes: Mostra-nos o Pai...
10. Não credes que estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que vos digo não as digo de mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, é que realiza as suas próprias obras.
11. Crede-me: estou no Pai, e o Pai em mim. Crede-o ao menos por causa destas obras.
12. Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas, porque vou para junto do Pai.
13. E tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, vo-lo farei, para que o Pai seja glorificado no Filho.
14. Qualquer coisa que me pedirdes em meu nome, vo-lo farei.
15. Se me amais, guardareis os meus mandamentos.
16. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco.
17. É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós.
18. Não vos deixarei órfãos. Voltarei a vós.
19. Ainda um pouco de tempo e o mundo já não me verá. Vós, porém, me tornareis a ver, porque eu vivo e vós vivereis.
20. Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim e eu em vós.
21. Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é que me ama. E aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e manifestar-me-ei a ele.
22. Pergunta-lhe Judas, não o Iscariotes: Senhor, por que razão hás de manifestar-te a nós e não ao mundo?
23. Respondeu-lhe Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos nossa morada.
24. Aquele que não me ama não guarda as minhas palavras. A palavra que tendes ouvido não é minha, mas sim do Pai que me enviou.
25. Disse-vos estas coisas enquanto estou convosco.
26. Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito.
27. Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como o mundo a dá. Não se perturbe o vosso coração, nem se atemorize!
28. Ouvistes que eu vos disse: Vou e volto a vós. Se me amardes, certamente haveis de alegrar-vos, que vou para junto do Pai, porque o Pai é maior do que eu.
29. E disse-vos agora estas coisas, antes que aconteçam, para que creiais quando acontecerem.
30. Já não falarei muito convosco, porque vem o príncipe deste mundo; mas ele não tem nada em mim.
31. O mundo, porém, deve saber que amo o Pai e procedo como o Pai me ordenou. Levantai-vos, vamo-nos daqui.

Palavra da Salvação: Glória a vós Senhor!

Pontos chaves a ser percebido:

1) CRER EM DEUS (Poderá fazer as mesmas obras que Ele!)
2) SABER QUE JESUS É O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA!
3) SE AMAR, GUARDE OS MANDAMENTOS
4) PARÁCLITO = ADVOGADO, que nos ensina todas as coisas e nos recordará do que foi ensinado!


Jesus, conhecendo os nossos corações e sabendo que a boa nova não pode ser vivenciada somente com nossas forças humanas, prometeu o Espírito Santo (cf. Lc 24, 49), o penhor (garantia, segurança) da salvação (Ef 1, 13 – 14). Jesus chama o Espírito Santo de “o Prometido de Meu Pai”, pois o envio do Espírito Santo é o cumprimento do Deus Pai havia prometido pelos profetas no Antigo Testamento (Ez 11, 19 – 20).

Jesus não revela plenamente o Espírito Santo enquanto Ele mesmo não é glorificado. Vai apresentando-o aos poucos como o faz a Nicodemos (Jo 3, 5 – 8), à Samaritana (Jo 4, 10. 13 - 14) e aos que participavam da Festa dos Tabernáculos (Jo 7, 37 – 39). Quando chega a hora em que vai ser glorificado, Jesus anuncia a vinda do Espírito Santo. Na última ceia, Jesus diz que o Espírito Santo, que “procede do Pai” é o “outro Paráclito”. A palavra paráclito significa advogado, auxílio, intercessor, ou ainda, consolador. O Espírito Santo é o outro Paráclito porque Jesus é o primeiro Paráclito (Jo 14, 16 – 17).

Jesus também chama o Espírito Santo de “o Espírito da Verdade” (Jo 15, 26 – 27; 16, 13 – 15), pois o Espírito nos ensinará toda a verdade, mas também recordará tudo o que o Senhor nos tem dito (Jo 14, 26). O Paráclito “enviado por Jesus” nos convencerá a respeito do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16, 7 – 11), abrindo nossos olhos para enxergarmos nossas faltas cometidas. O Espírito Santo é aquele que nos consola, advoga nossas causas e as causas de Deus em nossos corações.

Quando somos batizados, o somos “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, isto é, somos mergulhados no amor do Pai, no sangue redentor de Cristo e na graça do Espírito Santo. Neste momento, o Espírito Santo passa a habitar em nossas almas, tornando-nos filhos de Deus (Gl 4, 4 – 7).
O Espírito começa agir em nós e a esculpir em nossas almas a mais bela de suas obras: a obra de santificação. Chamamos a ação do Espírito Santo em nós de dons do Espírito Santo. Estes dons são presentes que, pela ação do Espírito Santo, Deus nos dá para nossa santificação e para o serviço dos irmãos.

A obra de santificação está expressa em Is 11, 1 – 2. Jesus Cristo é da linhagem de Davi (Lc 1, 30 – 32), que por sua vez é descendente de Jessé. Assim, os cristãos formam o “renovo” prometido do “tronco de Jessé”. Sobre Jesus Cristo, o Messias, repousa o “Espírito do Senhor”.

Consequentemente, sobre todo o povo conquistado por Cristo, o Povo da Nova Aliança, repousa o Espírito Santo. Os dons citados nesta passagem são chamados de dons infusos, ou mesmo dons de santificação, e nos são conferidos por ocasião do nosso batismo. Em vista do sacramento da confirmação, são também chamados de dons crismais.

Os sete dons de santificação, instrumentos de ação do Espírito Santo em nós para educar nossas almas e nos santificar são:

  • sabedoria – não a sabedoria do mundo e seus valores, mas a verdade que se identifica com Jesus e nos torna felizes (Mt 1, 23 – 24; 10, 19 – 20), fazendo-nos entender melhor a vida sobrenatural (I Rs 3, 9). Exemplo: a visão que tínhamos antes da Igreja e da vida em Deus, e que são transformadas pelo dom da sabedoria;

  • entendimento – faz-nos compreender profundamente as verdades reveladas (I Jo 5, 20). Aceitamos as verdades reveladas, mesmo não compreendendo todo o mistério, mas entendendo que ali está a salvação. Exemplo: a descoberta do valor da Bíblia, da Confissão, da Eucaristia;
  • prudência (ou conselho) – luz que o Espírito Santo nos dá para distinguirmos o certo do errado, o verdadeiro do falso, orientando acertadamente nossa vida e a vida de quem nos pede orientação e conselho. Exemplo: saber o que convém fazer nas diversas circunstâncias;
  • coragem (ou fortaleza) – dom da força espiritual para vivermos a fé e suas conseqüências (II Tm 1, 7); é o testemunho da fé viva em Deus, especialmente nos momentos mais difíceis. Exemplo: permanecer firme na hora da provação e do sofrimento;
  • ciência – faz-nos conhecer as coisas sagradas nas suas relações com o Criador. Por este dom, o Espírito Santo nos guia, indicando o caminho a seguir na realização da vontade de Deus a nosso respeito e de nossa vocação (Fl 3, 8 – 11). Exemplo: ver as coisas como Deus as vê;
  • temor de Deus – Busca-se o cumprimento da santa e amorosa vontade de Deus, como Jesus nos ensinou (Jo 6, 38; 8, 29);
  • piedade (que algumas traduções da Bíblia não citam) – leva-nos a espiritualidade cristã, a um relacionamento com Deus numa vida de graça. Por este dom, o Espírito Santo nos dá o gosto de amar e servir, produzindo em nós uma afeição para com Deus e para com as pessoas (Rm 14, 17).

O Espírito Santo não age apenas com sete dons, mas com uma variedade de ações, onde a intimidade com Deus nos proporciona uma vivência da realização desta promessa de Jesus em nossas vidas.